Idosos se tornam foco de empresas e serviços
Idosos se tornam foco de empresas e serviços

Expectativa de vida longa deve render cada vez mais lucros nos diferentes setores da economia.

Neste ano, os baby boomers, geração dos nascidos após a Segunda Guerra Mundial até a metade da década de 1960, chega em massa na aposentadoria. Apenas no Brasil, são mais de 30 milhões de pessoas que estão na terceira idade, e até 2060 um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos, somando uma população de 57 milhões de idosos. E o mercado já dá sinais de que percebeu que o grupo consumidor que mais cresce não pode continuar a ser ignorado.

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostrou que 67% dos idosos são responsáveis por suas compras, e que 34% dessa população sente falta de produtos e serviços destinados exclusivamente à terceira idade.

Apesar dos idosos serem um grupo consumidor cujo poder de compra global vai ultrapassar R$30 trilhões em 2020, somente 1% dos gastos com inovação, até o momento, é voltado para atender as demandas desse público. Não precisa entender muito de economia para saber que qualquer investimento na área é o chamado “smart business”, ou negócio inteligente. Afinal, há demanda, mas ainda não há tanto atendimento. As empresas que já estão focadas em suprir as necessidades estão conseguindo ganhar um bom nicho de mercado, e elas tentam abraçar os mais variados segmentos.

Dentre os tipos mais procurados de soluções, ainda conforme o SPC, estão os equipamentos eletrônicos. Segundo pesquisa da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 31,1% das pessoas com 60 anos ou mais utilizaram a internet em 2017, um crescimento de mais de 6% equiparado ao ano anterior. Não é à toa que o mercado de celulares, por exemplo, traz cada vez mais modelos de aparelhos com telas e botões grandes, justamente elaborados para serem usados por idosos.

A existência de modalidade de e-commerce focada em vender produtos exclusivamente para idosos se apresenta hoje como um negócio não somente natural, mas também vantajoso. De acordo com a Ebit/ Nielsen, o comércio eletrônico no Brasil faturou R$ 53,2 bilhões em 2018. Para 2019, a expectativa é um crescimento de 15%, com vendas totais de mais de R$61 bilhões. Na onda crescente do consumo online da terceira idade, a web já possui diversas lojas que vendem artigos úteis para o segmento, como bengalas, abridores de tampas, curativos, aparelhos de pressão, barras de apoio, calçados, almofadas térmicas, entre outros.

Mas se engana quem pensa que o levante no comércio em relação aos idosos é apenas em produtos ou serviços que visam as limitações que advém com a idade. Passar a aposentadoria em casa, por exemplo, não agrada mais como antigamente. Viajar na terceira idade passou a ser o desejo de várias pessoas, e agências de turismo já possuem pacotes especiais bem disputados entre este público. Os roteiros, tanto nacionais quanto internacionais, incluem guias com treinamento especial e passeios que respeitam as limitações dos mais velhos.

A invisibilidade de quem passou dos 60 está acabando. Já este novo grupo de consumidores numerosos e exigentes está cada vez mais no holofote do mercado.

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